20/01/2021

Ford presta esclarecimentos à Justiça do Trabalho de São Paulo sobre encerramento de suas atividades

Fonte: TRT-2


 
Na tarde desta terça-feira (19), representantes da empresa Ford do Brasil e o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) participaram de uma reunião telepresencial que teve como objetivo a prestação de informações sobre a atuação da companhia no processo de rescisão do contrato de trabalho de mais de 5 mil funcionários em três Estados, incluindo São Paulo. A companhia anunciou, no último dia 11, o encerramento da produção dos veículos no Brasil ainda neste ano.
 
Estiveram presentes o presidente do TRT-2, desembargador Luiz Antonio Moreira Vidigal (em destaque na foto abaixo); o vice-presidente judicial, desembargador Valdir Florindo; o assessor da Presidência, juiz Rogério Moreno; o secretário-geral da Presidência, Oswaldo José Costa da Silva Leme; o advogado e o diretor jurídico da Ford, Alexandre Cardoso e Luís Casanova, respectivamente.
 
Os representantes da Ford informaram que estão em negociação com os sindicatos dos trabalhadores e que pretendem realizar todo o processo de desligamento com acordos coletivos, como ocorreu em 2019 com o fechamento da fábrica em São Bernardo do Campo (no ABC paulista). “Na ocasião, não tivemos nenhum conflito trabalhista. E agora também não queremos recorrer nem sermos demandados pela Justiça do Trabalho”, afirmou o advogado da empresa, Alexandre Cardoso.
 
Ele informou, ainda, que até o momento não foi realizada nenhuma demissão e que os trabalhadores seguem em licença remunerada. Estão também em conversas e negociações com a rede de concessionários e de fornecedores, setores também impactados pela decisão da empresa. O setor administrativo da Ford continuará sediado em São Paulo.
 
O vice-presidente do Tribunal, desembargador Valdir Florindo, lamentou a decisão da Ford e colocou o TRT-2 à disposição para resolver de forma pacífica qualquer conflito que venha a surgir em relação ao processo de desligamento dos funcionários. “É uma notícia ruim para todos, para o país, para os trabalhadores e suas famílias. Serão 5 mil empregos diretos perdidos, sem contar os indiretos. Isso tudo somado aos 14 milhões de desempregados que temos no país”.  
 
O presidente do Tribunal, desembargador Luiz Antonio Moreira Vidigal, também lamentou a decisão e fez votos para que a empresa consiga resolver o término das atividades da melhor forma possível para os trabalhadores. “É uma decisão triste, mas vamos aguardar seu desdobramento e torcer para que consigam fazer ótimos acordos para que o impacto na vida desses trabalhadores possa ser minimizado”.